sábado, 21 de janeiro de 2012

OPUS DEI - A sociedade secreta da Igreja Católica Apóstólica Romana.




Tudo que é secreto esconde algo de ilegal ou irregular, pois se assim não o fosse, qual o motivo de ser secreto ?

Livros foram editados, filmes produzidos, milhares de páginas na nternet espalhadas pelo mundo querendo desvendar mais essa sociedade secreta e obscura.

Como esse blog tem compromisso com todos os públicos e também tenta esclarecer mais esse assunto, por isso fiz uma coletânea por diversas fontes e transcrevo abaixo um resumo de tudo que encontrei.

A versão da Igreja Católica Apostólica Romana, a literatura disponível e as críticas de diversos segmentos. 

Leia, reflita e tire suas conclusões.


O QUE DIZ A IGREJA CATÓLICA 

O Opus Dei é uma instituição da Igreja Católica, fundada por São Josemaria Escrivá. Sua missão consiste em difundir a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias do dia-a-dia são ocasião de encontro com Deus, de serviço aos outros e de melhora da sociedade. O Opus Dei colabora com as igrejas locais, oferecendo meios de formação cristã (palestras, retiros, atenção sacerdotal), dirigidos a pessoas que desejam renovar sua vida espiritual e seu apostolado. O Opus Dei ajuda a encontrar Cristo no trabalho, na vida familiar e nas demais atividades cotidianas.

A formação espiritual que o Opus Dei oferece complementa o trabalho que realizam as igrejas locais. As pessoas que se incorporam ao Opus Dei continuam sendo fiéis da diocese a que pertencem. O Opus Dei foi fundado em 1928. Em 1941, recebeu a aprovação do Bispo de Madri e em 1947, da Santa Sé. Desde 1982, é uma Prelazia pessoal da igreja Católica.

O Concílio Vaticano II criou a figura jurídica das prelazias pessoais para permitir a realização de missões pastorais específicas. As prelazias pessoais fazem parte da estrutura hierárquica da Igreja. São compostas por leigos e sacerdotes que, sob a autoridade de um prelado, cooperam organicamente para levar a cabo a missão própria da prelazia.

A atividade do Opus Dei resume-se à formação dos fiéis da prelazia para que realizem - cada um no seu próprio lugar na Igreja e no mundo - uma atividade apostólica multiforme, promovendo ao seu redor o ideal da chamada universal à santidade.

Em todo o mundo, a tarefa apostólica dos membros da prelazia – como a de muitos outros fiéis católicos – pretende uma vivificação cristã que, com a graça de Deus, se faz notar nas paróquias e nas igrejas locais: conversões, uma maior participação na Eucaristia, uma prática mais assídua dos demais Sacramentos, a difusão do Evangelho em ambientes às vezes afastados da fé, iniciativas de solidariedade para com os mais necessitados, colaboração em catequeses e em outras atividades paroquiais, cooperação com organismos diocesanos, etc.


ATIVIDADES
Direção espiritual, retiros, palestras doutrinais e aulas de catecismo são algumas das atividades que o Opus Dei organiza para ajudar a quem deseja melhorar sua vida espiritual e seu afã evangelizador. São realizadas nos centros do Opus Dei, nas igrejas ou paróquias ou no domicílio de algum participante, e estão abertas a qualquer pessoa. A principal atividade do Opus Dei consiste em dar aos seus membros, e às pessoas que o desejem, os meios espirituais necessários para viverem como bons cristãos no meio do mundo», explicava o fundador.

 
PESSOAS DO OPUS DEI

Dos 90 mil membros, 98% são leigos, homens e mulheres, e a maioria, casados. Os 2% restantes são sacerdotes.

O Opus Dei é constituído por um prelado, um presbitério ou clero próprio e leigos, mulheres e homens. No Opus Dei não existem diferentes categorias de membros. Existem, simplesmente, modos diversos de viver uma mesma vocação cristã de acordo com as circunstâncias pessoais de cada um: solteiros ou casados, sãos ou doentes, etc.

A maioria dos fiéis do Opus Dei (atualmente, por volta de 70%) são membros supernumerários: trata-se geralmente de homens e mulheres casados, para quem a santificação dos deveres familiares são parte primordial da sua vida cristã.

Os demais fiéis da prelazia são homens ou mulheres que se comprometem a viver o celibato, por motivos apostólicos. Os adscritos vivem com suas famílias ou onde lhes for mais conveniente por razões profissionais.

Os numerários vivem normalmente nos centros do Opus Dei, porque as circunstâncias lhes permitem permanecer plenamente disponíveis para cuidar dos labores apostólicos e da formação dos demais fiéis da prelazia. As numerárias auxiliares dedicam-se principalmente à atenção dos trabalhos domésticos das sedes dos centros da prelazia, que é a sua atividade profissional normal.

O clero da prelazia procede dos fiéis leigos numerários e adscritos do Opus Dei que, livremente dispostos a ser sacerdotes e depois de vários anos de pertencerem à prelazia e de realizarem os estudos prévios ao sacerdócio, são convidados pelo prelado a receber as sagradas ordens. O seu ministério pastoral desenvolve-se principalmente ao serviço dos fiéis da prelazia e das atividades apostólicas promovidas por eles.
INCORPORAÇÃO

Ser do Opus Dei compromete a receber formação cristã e a participar com empenho na missão apostólica da Igreja.

Do ponto de vista jurídico, o Opus Dei é uma Prelazia pessoal da Igreja católica.

Governada por um Prelado em Roma, atualmente Mons. Javier Echevarría, de acordo com o direito canônico e os estatutos próprios do Opus Dei.
Os sacerdotes diocesanos podem incorporar-se à Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, intrinsecamente unida à Prelazia do Opus Dei.

Sem pertencer ao Opus Dei, pode-se cooperar de diversas formas no trabalho apostólico realizado pela Prelazia.
HISTÓRIA

O Opus Dei foi fundado em 1928 na Espanha. Está presente em 66 países.
1928. 2 de outubro: Durante um retiro que fazia em Madri, Josemaria Escrivá de Balaguer, por inspiração divina, funda o Opus Dei.

1930. 14 de fevereiro: Em Madri, enquanto celebra a missa, Deus faz entender a são Josemaria que o Opus Dei se dirige também às mulheres.

1933. Abre-se o primeiro Centro do Opus Dei, a Academia DYA, destinada especialmente aos estudantes, onde se ministram aulas de Direito e Arquitetura.

1936. Guerra civil espanhola: as circunstâncias obrigam-no a interromper momentaneamente os seus projetos de estender a ação apostólica do Opus Dei a outros países.

1939. Josemaria Escrivá regressa a Madri. Expansão do Opus Dei por outras cidades da Espanha. O começo da Segunda Guerra Mundial impede novamento o começo do trabalho apostólico nos outros países.

1941, 19 de março. O bispo de Madri, Leopoldo Eijo y Garay, concede a primeira aprovação diocesana ao Opus Dei.

1943, 14 de fevereiro. Também durante a Missa, o Senhor faz ver a Josemaria Escrivá uma solução jurídica que permitirá a ordenação de sacerdotes do Opus Dei: a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz.

1944, 25 de junho. O bispo de Madri ordena os três primeiros membros do Opus Dei que chegam ao sacerdócio: Álvaro del Portillo, José María Hernández de Garnica e José Luis Múzquiz.
1946. O fundador do Opus Dei transfere-se para Roma. Nos anos seguintes, viaja, a partir de Roma, por toda a Europa, a fim de preparar o estabelecimento do trabalho do Opus Dei em diversos países.

1947. 24 de fevereiro: A Santa Sé concede a primeira aprovação pontifícia
1950. 16 de junho: Pio XII concede a aprovação definitiva ao Opus Dei. Esta aprovação permite a admissão de pessoas casadas no Opus Dei e a adscrição de sacerdotes diocesanos à Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz.

1969. Congresso Geral extraordinário do Opus Dei em Roma, com o objetivo de estudar a sua transformação em prelazia pessoal, figura jurídica prevista pelo Concílio Vaticano II e que se mostrava adequada ao fenômeno pastoral do Opus Dei.

1970-1975. O fundador realiza diversas viagens de catequese cristã na Europa e na América.

1975, 26 de junho. Josemaria Escrivá falece em Roma. Nesse momento, pertencem ao Opus Dei cerca de 60.000 pessoas dos cinco continentes. 15 de setembro: Álvaro del Portillo é eleito sucessor do fundador do Opus Dei.

1982, 28 de novembro. João Paulo II erige o Opus Dei em prelazia pessoal e nomeia Álvaro del Portillo como prelado.

1991, 6 de janeiro. João Paulo II ordena bispo o prelado do Opus Dei, mons. Álvaro del Portillo.

1992, 17 de maio. Beatificação de Josemaria Escrivá na praça de São Pedro (Roma).

1994, 23 de março. D. Álvaro de Portillo falece em Roma, poucas horas depois de ter regressado de uma viagem à Terra Santa. 20 de abril: Javier Echevarría é nomeado prelado do Opus Dei por João Paulo II, confirmando a eleição realizada no Congresso Geral eletivo celebrado em Roma.

1995, 6 de janeiro. Mons. Echevarría recebe de João Paulo II a ordenação episcopal.

2002, 6 de outubro. Josemaria Escrivá é canonizado por João Paulo II em uma cerimônia na Praça de São Pedro, em Roma.

Data de começo do trabalho apostólico estável do Opus Dei em diversos países

1945 Portugal
1946 Itália e Grã-Bretanha
1947 França e Irlanda
1949 México e Estados Unidos
1950 Chile e Argentina
1951 Colômbia e Venezuela
1952 Alemanha
1953 Guatemala e Peru
1954 Equador
1956 Uruguai e Suíça
1957 Brasil, Áustria e Canadá
1958 Japão, Quênia e El Salvador
1959 Costa Rica e Holanda
1962 Paraguai
1963 Austrália
1964 Filipinas
1965 Bélgica e Nigéria
1969 Porto Rico
1978 Bolívia
1980 Congo, Costa do Marfim e Honduras
1981 Hong-Kong
1982 Cingapura e Trinidad-Tobago
1984 Suécia
1985 Taiwan
1987 Finlândia
1988 Camarões e República Dominicana
1989 Macau, Nova Zelândia e Polônia
1990 Hungria e República Tcheca
1992 Nicarágua
1993 Índia e Israel
1994 Lituânia
1996 Estônia, Eslováquia, Líbano, Panamá e Uganda
1997 Casaquistão
1998 África do Sul
2003 Croácia e Eslovênia
2004 Letônia
2007 Rússia
2009 Indonésia, Romênia e Coréia

O QUE DIZ A LITERATURA DISPOÍVEL

Segundo relatam defensores do Opus Dei, a oposição à prelazia teria se iniciado nos anos 1940, quando alguns jesuítas, liderados pelo teólogo Ángel Carrillo de Albornoz, que mais tarde deixaria a Companhia de Jesus, denunciaram o Opus Dei por ensinar "uma nova heresia". Não era nada ortodoxo, afirmavam, ensinar que leigos podiam ser santos sem votos públicos e vestes distintas.

Baseando-se nos informes da Espanha, o superior-geral da Companhia de Jesus, Wlodimir Ledochowski (1866–1942), relatou ao Vaticano que considerava o Opus Dei "extremamente perigoso para a Igreja na Espanha". Ele o descreveu como tendo um "caráter sigiloso" e via "sinais de uma inclinação velada para dominar o mundo com um tipo de Maçonaria Cristã". Estas alegações contra o Opus Dei vindas do âmago de eminentes círculos eclesiásticos ("a oposição da boa gente", como Escrivá a chamava), a qual ocorreu periodicamente ao longo de sua história, é considerada uma das raízes das acusações a(c)tuais vindas das mais variadas direções. Esta é a conclusão de alguns escritores, incluindo o vaticanista da CNN John L. Allen, Jr

De acordo com John Allen, uma das fontes originais de críticas ao Opus Dei são alguns membros da Companhia de Jesus que não compreenderam a grande diferença existente entre o Opus Dei e as ordens religiosas. O Opus Dei é composto por cristãos leigos comuns que tentariam alcançar a santidade sem qualquer marca distintiva externa, da mesma forma como, justificava Escrivá, os primeiros cristãos não se diferenciavam externamente dos demais cidadãos do Império Romano.

Além da campanha de descrédito movida nos anos 1940, alguns jesuítas teriam retornado à carga na década de 1950, quando informaram a pais de membros do Opus Dei na Itália, que seus filhos estavam sendo conduzidos à danação. Outro escritor jesuíta que fez ataques ao Opus Dei foi Michael Walsh, que posteriormente deixou a Companhia de Jesus. Acredita-se que alguns jesuítas e outros setores clericais teriam originado o "mito" de que o Opus Dei apoiou o fascismo e que estaria associado, daí em diante, com regimes de ultra-direita.

O QUE DIZ A CRÍTICA MUNDIAL

Trata-se de uma organização secreta que trabalha com objetivos bem delineados em prol do recrutamento de homens e de mulheres de influência, em diversas partes do mundo, a fim de que dêem suporte à cúpula dominante (e dominadora) da Igreja Católica Apóstata Romana. Possui indivíduos infiltrados em diversos segmentos da política nacional e internacional com o detalhe de não necessitarem de ser sacerdotes da Meretriz de Roma. Políticos, banqueiros, homens de negócios, empresários, enfim, qualquer um que tiver uma elevada posição social pode ser recrutado pela Opus Dei, desde que faça um juramento de fidelidade para com a Organização. E o ganho pessoal que obtêm em troca não poderia ser outro: Domínio, dinheiro e poder. É uma organização de mão dupla, ou seja, homens influentes se beneficiam da influência da Opus Dei na política e em grandes empresas a fim de obterem mais dinheiro e mais poder, e a Opus Dei também deles se beneficia, recebendo esta última mais influência e mais poder oriundos dos ocupantes de cargos de influência os quais ela os ajudou a ocupar. A sentença a seguir foi retirada do site do próprio Vaticano:

“Eis por que o Opus Dei se estendeu e cresceu de forma admirável, contendo no seu seio gente das mais variadas camadas sociais e dos mais diversos ramos da atividade humana.” (Homilia do Cardeal Saraiva Martins aos Peregrinos Vindos Para a Canonização de José Maria Escrivá, 8 de Outubro de 2002)

A Opus Dei (Obra de Deus) foi fundada em 1928 pelo padre espanhol José Mara Escrivá de Balanguer. Escrivá foi canonizado pelo Papa João Paulo II. É bem conhecido que esta organização suportou e deu apoio a regimes fascistas como a sangrenta ditadura do General Franco, na Espanha. Com a ajuda de Franco, a Opus Dei se tornou tremendamente poderosa na Espanha e muitos de seu membros eram membros do governo espanhol. Após este período, se espalhou por diversos países como França, Itália, Brasil, Argentina, Colômbia, Peru, Estados Unidos e Reino Unido (Inglaterra). Em 1954, Escrivá, seu fundador, deslocou o quartel general da organização de Madri para Roma, o centro político mundial do Catolicismo Romano. Escrivá morreu em 1975 tendo a liderança da Opus Dei passado às mãos de Alvaro del Portillo. Em 1982, o Papa João Paulo II concedeu total liberdade de ação à organização. Escrivá foi beatificado em 1992 em uma gigantesca cerimônia na praça de São Pedro. Em 2002 foi proclamado “santo” pelo Vaticano. Del Portillo morreu em 1994 e foi substituído por Javier Echevarría. Estima-se que, hoje, esta organização possua mais do que 100.000 membros espalhados pelo mundo.

José Maria Escrivá afirmava que “todos os homens são filhos de Deus”, o que, obviamente, era, e é, a “doutrina” que dá sustentação a que qualquer um (que a Opus Dei escolha) pode ser convidado a ingressar na organização. Teologicamente, o conteúdo dos escritos de Escrivar são heréticos e patéticos, e uma de suas frases famosas é esta:

“A Jesus sempre se vai e se “volta” por Maria.”

O Opus Dei foi chamado "a força mais controversa na igreja Católica, e Escrivá foi descrito como uma figura polarizadora. Críticos incluem o grupo "ODAN" (Opus Dei Awareness Network), ex-membros do Opus Dei e adeptos da marxista Teologia da Libertação.

Secretismo

Os críticos argumentam que o Opus Dei possui um acentuado caráter secreto; por exemplo, os membros geralmente não divulgam publicamente sua afiliação ao Opus Dei. Esta suposta prática teria favorecido especulações sobre a pertença de pessoas eminentes em todo o mundo, incluindo ministros, senadores, presidentes, jornalistas.

William O'Connor explica que esse mito vem do erro de achar que o Opus Dei é uma ordem religiosa. Pessoas de ordens religiosas geralmente vestem algum tipo de hábito, e tem letras depois do seu nome para mostrar sua ordem, assim como outras manifestações públicas de seu status. De fato, esse testemunho é parte da vocação dos religiosos. Mas, em contraste, se pessoas leigas usassem uma placa dizendo "eu estou tetando ser um cristão exemplar", isso não seria secular. Os membros do Opus Dei não escondem o fato de serem membros, mas também não o alardeiam.

Alguns Críticos alegam que os numerários são psicologicamente pressionados a evitar contatos com não-membros, incluindo os próprios familiares.

Apostolado

O Opus Dei também foi acusado de práticas de apostolado desleais e agressivas, como rezar a Deus fervorosamente pela vocação de um potencial novo membro, instruir os numerários a desenvolver amizades e freqüentar eventos sociais com a finalidade de apostolado. Sobretudo, críticos alegam que o grupo mantém um grau extremamente elevado de controle sobre seus membros, por exemplo, numerários geralmente facultam a leitura de sua correspondência a seus superiores, membros também são admoestados a não ler determinados livros sem permissão de superiores.

A primeira mãe de um numerário a publicar um livro contra o Opus Dei, Betty Silberstein ("Opus Dei - A Falsa Obra de Deus - Um Alerta às Famílias Católicas", de 2005), faz uma acusação extremamente dura: "o Opus Dei é como o na porta da escola. Sem contar que, em todas as congregações, os seminaristas passam por vários testes para ter certeza da vocação. Na Obra, ela é imposta".

A administradora de empresas Nilda Rodrigues da Silva relata numa entrevista a sua alegria de sua filha Caroline ter decidido ser numerária auxiliar. Em outro vídeo , a própria Caroline relata como amadureceu esta idéia e afirma que a decisão foi tomada com plena liberdade.

Mortificação

Os críticos também consideram como práticas reprováveis a mortificação corporal (uma prática em que são usados cilícios com espinhos na perna) e a penitência.

O próprio Escrivá recebeu muitas críticas. Seus oponentes indicam que suas práticas pessoais do mortificação eram ainda mais extremas do que aquelas executadas pelos numerários, incluindo o extenso uso de disciplinas. Seus oponentes também criticam máxima de Escrivá sobre o sofrimento: "Amada seja dor. Santificada seja a dor. Glorificada seja a dor".

Política

Os críticos também afirmam que Escrivá e a organização favoreceu os governos de Francisco Franco e Augusto Pinochet. Chegou-se a alegar que Escrivá simpatizasse com Adolf Hitler.

No Brasil: "as domésticas do Opus Dei"
Operando desde fins da década de 1950 no Brasil, as críticas ao Opus Dei aumentaram a partir de 2005, quando ex-membros da Prelazia vieram a público e lançaram livros (seis até 2012) contra a organização. Além de "Memórias Sexuais no Opus Dei" e "Opus Dei - a santa intransigência, a santa coação e a santa desvergonha", citados abaixo neste verbete, foram lançadas recentemente duas obras ("O Opus Dei e as mulheres" e "Sob o Jugo do Opus Dei") e uma reportagem especial na revista Época, sobre a vida das "numerárias auxiliares", responsáveis pelas tarefas domésticas dos centros mantidos pela organização.

Após a publicação do artigo na revista Época e dos referidos livros, várias numerárias auxiliares e ex-numerárias auxiliares externaram publicamente suas discordâncias com os referidos conteúdos, esclarecendo como tornaram-se membros da prelazia, como vivem (ou viveram) num Centro do Opus Dei e, para aquelas que deixaram a prelazia, as suas posteriores relações com o Opus Dei. Uma ex-numerária formada em Comunicação Social, Danielle Jung aponta imprecisões e preconceitos no texto da revista Época. Em outro artigo, "Oposição ao mundo self-service: numerária auxiliar, vocação profética", a professora Lenise Garcia afirma que as numerárias são conscientes de que a sua profissão não é uma profissão de segunda categoria e que por isso, capacitam-se para exercê-la bem.

A numerária auxiliar Rosana de Lima comenta em que passou a valorizar o trabalho doméstico num Centro do Opus Dei. Também esclarece que independente do nível social, todos os membros do Opus Dei, inclusive as numerárias auxiliares, recebem um sólida formação cultural, profissional e espiritual. Cleusa, outra numerária auxiliar, ao completar 25 anos como membro da prelazia, relata em o seu crescimento profissional e espiritual durante este período. As ex-numerárias auxiliares Maria Raimunda Tomasi e Maria Paulino comentam que utilizam o que aprenderam num Centro do Opus Dei para ajudar seus esposos na manutenção de seus lares e no sustento de seus filhos. Indignada com o tratamento dado ao assunto pela mídia, a ex-numerária auxiliar Márcia Gonçalves afirma ter se colocado a disposição de grandes redes de comunicação. Porém, não foi procurada.

A administração dos centros registra legalmente as numerárias auxiliares como funcionárias, todavia, segundo denuncia uma ex-integrante da categoria (a baiana Rosidalva Julião), como a doação do salário é automática (uma das regras da organização), as auxiliares nunca chegam a receber qualquer pagamento e dependem da organização para tudo. Rosidalva é enfática em sua acusação: "eu era uma escrava. Diziam que meu salário era para Deus. Mas eu tinha de assinar os recibos".

Além de domésticas, as numerárias auxiliares são também operárias. No Sítio da Aroeira, mantido pela organização em Santana do Parnaíba, São Paulo, as mulheres fabricam os instrumentos de mortificação utilizados pelos membros da Prelazia: cilícios e chicotes, conhecidos como "disciplinas". Note-se que, além de fabricá-los, as auxiliares devem também utilizá-los. Rosidalva afirma que a produção de cilícios e hóstias acabou fazendo com que ela desenvolvesse uma tendinite.

Segundo esclarece a prelazia, numerárias auxiliares são membros do Opus Dei. São mulheres que se comprometem a viver em celibato e dedicam-se principalmente aos trabalhos domésticos dos Centros da prelazia. A primeira numerária auxiliar, Dora de Hoyo, pediu admissão em 1946 e mudou-se para Roma no mesmo ano para trabalhar no primeiro Centro do Opus Dei na capital italiana. Faleceu em 2004. Seus restos mortais estão na Cripta da Igreja Prelatícia de Santa Maria da Paz junto com o fundador do Opus Dei e seu sucessor (D. Alvaro del Portillo).

Além disso, nem todas numerárias auxiliares se dedicariam aos trabalhos domésticos nos Centros do Opus Dei. Por exemplo, a numerária auxiliar Katia Blondeau, formada em Hotelaria, trabalha atualmente (2007) como monitora na Escola de Hotelaria Dosnon (Soissons, França). Ela esclarece que é contratada pela escola, que arca com suas despesas pessoais e que também contribui economicamente com diversas iniciativas sociais, culturais e educativas.

Questionado pela reportagem da revista Época sobre as graves denúncias feitas contra a organização, dom Dimas Lara Barbosa, secretário-geral da CNBB, declarou em nota oficial que "a CNBB não tem nenhuma autoridade para interferir nos assuntos internos do Opus Dei".

Réplicas às críticas

Sobre as críticas, os defensores do Opus Dei afirmam que o Opus Dei foi falsamente caluniado. Segundo John Allen, vaticanista da CNN : "Há dois Opus Dei: um Opus Dei do mito e um Opus Dei da realidade". Por exemplo,os defensores dizem que a acusação de segredo tem origem na equiparação equivocada de seus membros a monges ou religiosos. Os membros do Opus Dei são membros laicos, como qualquer cidadão corrente e, por isso, não apresentam qualquer representação externa (por exemplo, algum tipo de traje clerical) de sua pertença à instituição. Entretanto, o Opus Dei, como instituição, fornece abundante informação. 

Para explicar o celibato apostólico vivido pelos numerários e seu relacionamento com sua família, os defensores do Opus Dei citam comentários de Jesus Cristo "quem ama seu pai ou serve sua mãe a mais do que a mim não é digno de mim" e "Por que há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmo se fizeram eunucos por amor do Reinos dos Céus. Quem puder compreender, compreenda" (Mt 19,12). Fontes oficiais católicas dizem o Opus Dei está sob o controle da Igreja, visto que o seu prelado (o Presidente da Prelazia) é nomeado pelo Papa e que seus membros estão "ainda mais conscientes de pertencer à Igreja".

Os defensores negam que o apoio a Franco durante a guerra civil espanhola era exclusivo ao Opus Dei. Como um autor observou: "vale a pena notar que no contexto da guerra civil espanhola, em que as forças republicanas anti-clericais mataram 13 bispos, 4.000 sacerdotes diocesanos, 2.000 religiosos e 300 freiras, virtualmente todo grupo e em todo nível hierárquico da Igreja Católica da Espanha eram `pro-Franco'" O historiador Peter Berglar argumenta que estabelecer conexão entre o Opus Dei e o governo de Franco é "um calúnia grosseira" e outros defensores dizem que havia membros notáveis do Opus Dei que faziam críticas abertas ao regime de Franco.Similarmente en:Alvaro del Portillo, primeiro sucessor de Escrivá, disse que as acusações de que Escrivá apoiasse Hitler são "mentiras patentes", que eram parte "de uma campanha caluniosa". Alvaro del Portillo e outros afirmaram que Escrivá condenava Hitler classificando-o como um "malvado", um "racista" e um "tirano". (ver en:Opus Dei and politics).

Os defensores também questionam a motivação e a confiabilidade de alguns críticos. Indicam que ex-membros de qualquer instituição podem ter motivações psicológicas ou emocionais para criticar o grupo a que pertenciam, e reivindicam que tais indivíduos estão propensos a criar histórias fictícias de atrociadade que não correspondem a realidade. Muitos defensores do Opus Dei expressam a opinião que as críticas ao Opus Dei se origina de uma desaprovação generalizada da espiritualidade, do Cristianismo, ou do Catolicismo. Expressando este sentimento, o Cardeal Julian Herranz, membro do Opus Dei, afirma que "o Opus Dei tornou-se vítima da Cristianofobia."

Massimo Introvigne afirma que alguns críticos empregam termos pejorativos em relação ao Opus Dei com a intenção de estigmatizá-lo. Fazem isto por intolerância: "não podem tolerar 'o retorno à religião' de uma sociedade secularizada".

Por fim, alguns defensores viram a controvérsia que cerca a instituição como "sinal do contradição", referindo-se às citações biblicas que mostravam Jesus Cristo como um "sinal a que todos combatem"

Livros de críticos e ex-membros

"Memórias Sexuais no Opus DeI"
Escrito por um ex-membro da Prelazia, o professor de matemática brasileiro Antonio Carlos Brolezzi, "Memórias Sexuais no Opus Dei", publicado pela Panda Books (ISBN 8576950332), é um livro que faz uma série de acusações graves contra a instituição católica, a qual o autor serviu durante dez anos (1985-1995) e que hoje intitula "seita". Em depoimento à jornalista Denise Paraná da revista Planeta (ISSN 01048783, número 408, setembro de 2006), ele afirma:

O Opus Dei se valeria de uma estratégia de cooptação para angariar novos membros (pessoas jovens, católicas, de boa aparência ou ricas, que não usem drogas e sejam virgens), denominada internamente de plano inclinado (posto que o iniciado entra vagarosamente na organização, sem se dar conta).
A interpretação pessoal do Evangelho feita por Josémaria Escrivá não pode ser contestada (ou seja, ela é dogmática). O acesso à informação é cerceada aos membros, tanto no que diz respeito ao mundo exterior quanto a questões internas da própria organização.

Os sacramentos católicos são banalizados, e até mesmo convenientes anulações de casamentos (quando um casal, em segundas núpcias, precisa aparecer publicamente como tendo se casado na Igreja) podem ser conseguidas em troca de dinheiro. Brolezzi acusa especificamente o ex-governador Geraldo Alckmin (suspeito de ser um "extra-numerário"), de ter recorrido ao expediente para poder se casar no rito religioso com dona Maria Lúcia Ribeiro. Segundo Brolezzi, "ela já havia sido casada na Igreja. Através do Opus Dei anularam seu primeiro casamento para que os Alckmin ficassem com a aparência de casal católico perfeito" (op. cit., p. 35).
O Opus Dei "trata a sexualidade como algo a ser extirpado" (op. cit., p. 36). Segundo o autor, a organização, além de exigir o celibato de seus membros efetivos, proíbe qualquer forma de prazer sexual (inclusive a masturbação) e incentiva a mortificaçã pessoal como forma de autodisciplina. O indivíduo "mortificado" torna-se "totalmente obediente, manipulável, uma espécie de soldado" (op. cit., p. 37).
Brolezzi afirma ter feito (como todos os numerários) um testamento em que deixa todos os seus bens para a instituição. Ao se desligar da "seita", teria pedido a devolução do documento, mas não foi atendido. Estaria ainda sofrendo perseguição por parte de seus antigos colegas, os quais tentariam retratar seu livro como mais uma "teoria da conspiração" sem fundamentos.

O "antídoto" para O Código Da Vinci

Segundo Brolezzi, o livro Opus Dei: Os Mitos e a Realidade (editora Campus) do jornalista da CNN John L. Allen, Jr., "foi encomendado pelo próprio Opus Dei para defendê-lo. E por isso o livro está fora do index, a lista de livros proibidos por eles" (op. cit., p. 36). Allen, que afirma no início de sua obra jamais ter pertencido à organização, nem ter recebido favorecimento pessoal desta, a descreve como vítima de preconceitos (inclusive de setores da própria Igreja), e que nada teria de secreta ou conservadora.


"Opus Dei - a santa intransigência, a santa coação e a santa desvergonha"
Lançado em fins de 2006 pelo professor e ex-numerário David Fernandes, o livro "Opus Dei - a santa intransigência, a santa coação e a santa desvergonha" (Editora Alley, ISBN 8587964267), busca fazer uma reflexão crítica sobre a organização e seus métodos. Segundo o autor, o título da obra baseia-se no ponto 387 do Caminho, escrito pelo fundador do Opus Dei e que declara: 'O plano de santidade que o Senhor nos pede é determinado por estes três pontos: a santa intransigência, a santa coação e a santa desvergonha.

O significado deste ponto é desenvolvido pelo autor de Caminho em pontos subsequentes: santa desvegonha (388, 389,
390 391 392 ), santa intransigência ( 393, 394 395 396 397) e santa coação ( 398, 399, 400 ). Josemaria Escrivá completa as idéias destes pontos no ponto 182 do livro "É Cristo que Passa", no qual escreve: "Temos que compreender a todos, temos que conviver com todos, temos que desculpar a todos, temos que perdoar a todos."

Os jovens são afastados de suas “famílias de sangue”, que devem ser substituídas pela “família sobrenatural” dos irmãos na fé. Algumas horas por dia, é necessário usar o cilício, um cordão com pontas de ferro colocado por debaixo da roupa, sobre uma das coxas, para mortificar o corpo. Há regras para cada atividade do cotidiano, criadas para promover a “santificação” no mundo: não pode viajar, não pode cumprimentar mulheres com beijo, não pode sair à noite, não pode ter celular... Os superiores devem ser consultados sobre tudo, desde uma oferta de emprego até uma visita a amigos. Um índex relaciona os autores proibidos: José Saramago, James Joyce e praticamente todos os filósofos desde Descartes (1596-1650), entre outros. Mulheres passam os dias reclusas, a cozinhar, lavar e passar as roupas das chefes. Homens fazem o serviço de portaria, atendem ao telefone e lavam o carro para seus superiores. E todos se submetem a uma série de rezas – em latim –, normas e autoflagelação.

É assim que funciona o Opus Dei – uma prelazia pessoal da Igreja Católica, fundada em 1928 pelo padre espanhol Josemaría Escrivá –, segundo o livro Opus Dei – Os bastidores, que será lançado nesta quarta-feira, dia 19, às 20 horas, na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos (avenida das Nações Unidas, 4.777, Alto de Pinheiros), em São Paulo. O livro é assinado por três autores: Jean Lauand – professor titular da Faculdade de Educação da USP –, Dario Fortes Ferreira e Marcio Fernandes da Silva, todos ex-membros daquela prelazia. “Há, no Opus Dei, abdicação das iniciativas pessoais, sacrificadas a uma obediência cega e mecânica, e despersonalização do indivíduo, calcada num rigoroso e diuturno processo de doutrinação, o que se costuma designar de ‘lavagem cerebral’”, escrevem os autores. “Tal como em outras seitas, existe um enorme abismo entre a proposta de fachada da Obra e a realidade que, pouco a pouco, o prosélito vai encontrar.”


Depoimentos

Ao lado das análises dos autores, o livro traz vários depoimentos de ex-membros do Opus Dei, boa parte deles recolhida da página eletrônica www.opuslivre.org, um fórum de debates de dissidentes da prelazia. Segundo os autores, esses relatos reproduzem com exatidão a amarga experiência vivida como numerário, uma das classes de membros do Opus Dei, que residem nas casas da instituição e observam o celibato, a obediência irrestrita aos superiores e a pobreza pessoal – o que significa entregar todo o seu salário mensal à Obra.

Um dos depoimentos publicados no livro é de Marcio Fernandes da Silva. Ele descreve a trajetória típica de um numerário, segundo os autores: conheceu o Opus Dei muito cedo, com cerca de 10 anos de idade, quando passou a freqüentar atividades sociais promovidas pela prelazia num clube em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Com 14 anos começou a ir ao centro do Opus Dei na região, onde recebia “formação”, que incluía palestras e uma conversa semanal com um sacerdote. “É claro que não foi do dia para a noite que passei a participar dessas atividades. O pessoal do centro foi me propondo participar de cada uma delas de maneira gradual”, relata Marcio Silva. Até mesmo visitas a hospitais e favelas ele foi levado a fazer, não com a finalidade de assistir aos pobres e doentes, mas sim de despertar nele sentimentos de generosidade, usados depois para fazê-lo tornar-se membro da instituição, segundo conta.

Estava preparado o “plano inclinado”, o processo em que a pessoa é levada a descobrir sua suposta vocação para a Obra até “apitar” – ou seja, pedir sua admissão como membro da instituição.

O livro reproduz ainda uma “conversa fraterna”, também chamada de “confidência”. Trata-se de uma sessão de 45 minutos de conversa semanal, em que o numerário escancara sua alma diante do diretor do centro onde reside, revelando toda sua intimidade. O texto citado no livro é uma simulação “nada exagerada e altamente reveladora”, segundo os autores:

– Eu estava pensando em ir almoçar domingo com meus pais.

– Quando foi a última vez que você esteve com eles?

– Há um mês.

– Não convém criar hábitos nessas visitas à família de sangue. Espera umas duas semanas e aí você volta a me consultar.

Não à toa, o livro publica a carta da família de um numerário, em que, ironicamente, agradece ao Opus Dei “por mais um Natal triste, ao qual nosso filho não vai comparecer porque agora – segundo vocês – ele tem outra família” e “pela destruição da nossa família, que era feliz, normal e católica”.

Alucinações

Submetidos a um regime de regras rígidas, obediência cega e autoritarismo, os numerários acabam tendo sérios problemas mentais, segundo o livro. “Houve um numerário que começou a sentir dores de cabeça terríveis, chegou a ser tratado na clínica de Navarra, na Espanha, e acabou absolutamente imprestável para viver na Obra, que o devolveu ‘caridosamente’ para os pais. Outro começou com sintomas de depressão, foi mal diagnosticado, mal medicado e chegou a ter alucinações”, exemplificam os autores. “Outro numerário tornou-se meio que alienado, e vive encostado no centro, ex-funcionário brilhante na Cesp. Outro ainda, depois de largar, aos 50 anos, um bom cargo na Telefônica, dedica-se hoje a assistir a aulas de filosofia como ouvinte e a divulgar o pensamento do filósofo Leonardo Pólo, do Opus Dei.” Prescrito por médicos do Opus Dei, o tratamento dado a essas pessoas inclui choques elétricos e antidepressivos, segundo o livro.

Opus Dei 

Os bastidores fala ainda da história da instituição desde suas origens, em Madri, até sua expansão por vários países do mundo, inclusive no Brasil, onde se instalou no final da década de 50. Inicialmente implantada em Marília, ela se deslocou para São Paulo, onde hoje mantém centros no Pacaembu, Vila Mariana, Pinheiros, Itaim e outros bairros. Está presente também em Campinas, São José dos Campos, Rio de Janeiro, Brasília, Niterói, Curitiba, Belo Horizonte, Londrina e Porto Alegre.

O Jornal da USP entrou em contato com o jornalista Carlos Alberto Di Franco, apontado no livro como responsável pelas relações do Opus Dei com a mídia, mas ele não quis falar sobre a publicação. “Eu não vou fazer nenhum comentário”, disse Di Franco, por telefone, confirmando apenas que leu o livro. “Isso é eloqüente do ponto de vista da resposta que eu quero dar ao livro.”


“A mais brutal forma de manipulação humana”

A seguir, trecho do livro Opus Dei – Os bastidores.

Após o seu ingresso, em princípio irrevogável, o numerário aos poucos vai se moldando à Obra até que, em palavras do seu fundador, tenha somente o fim corporativo. É nesse moldar-se (ou anular-se) que a violência moral e espiritual se processa, lenta mas poderosamente. Toda e qualquer espontaneidade é suprimida e substituída gradativamente pelo dever de servir à Obra, que é, como se pode depreender, sinônimo de servir a Deus e à Igreja. A vontade de Deus vai se manifestando concreta e paulatinamente ao numerário pelos diretores, que também são numerários. A obediência genérica vai sendo detalhada. Para aquele que mora nos centros da Obra, mesmo um simples telefonema aos pais será motivo de consulta, pela qual se estabelecerá a conveniência de se fazer ou não a chamada. As correspondências que chegam para o numerário são todas violadas pelos diretores, e as cartas escritas pelo numerário são lidas por esses mesmos diretores antes de lacradas nos envelopes e enviadas. O numerário vai descobrindo, assim, pouco a pouco, em que consiste ter dito sim a Deus. Trata-se de ter dito um sim definitivo à Obra, sempre, em qualquer assunto, pois nela “não existem desobediências pequenas” e já não existe uma vida propriamente individual.

A coerção exercida dentro da Obra, que consiste em fazer com que uma pessoa realize “livremente” e com “alegria”, mesmo não querendo, mesmo chorando, mesmo amargurada e aflita, o que lhe é ordenado, sempre em nome de Deus, é a mais sofisticada e brutal forma de manipulação perpetrada contra a dignidade humana. É uma coação, digamos assim, limpa e sem marcas, na qual não é necessária a força ou a tortura física. Os diretores assumem, perante o numerário, uma dignidade divina. Os diretores devem ser obedecidos sem pestanejar, e os que obedecem terão de dizer que obedecem porque queriam e querem sempre obedecer.

O Opus Dei é uma máquina manipuladora perfeita, perversa, sugadora da individualidade e da liberdade de seus membros e só poderá ser detida ou reformada se pessoas decentes dentro da Obra se revoltarem e não aceitarem as loucuras que dizem ser vontade de Deus. 
Créditos:
http://www.resumos.netsaber.com.br
http://www.opusdai.or.br
http://www.yahoo.com.br


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