Construção da unidade de destilação atmosférica e a vácuo do Comperj, da Petrobras, em consórcio com Promon e Engevix. Estatal é o principal cliente da Skanska no Brasil.
Entre as maiores do mundo, Skanska planeja investir em projetos de geração de energia e construir hospitais “verdes” no país
Uma das maiores empreiteiras do mundo, a sueca Skanska tem planos de estrear em novos segmentos de mercado no Brasil, e de voltar a outros. A companhia chegou ao país há dez anos e se tornou, em 2009, também uma das 20 maiores da engenharia brasileira – segundo ranking da revista O Empreiteiro –, e a única estrangeira a integrar a lista daquele ano. Dona de uma carteira de pedidos de cerca de R$ 1,5 bilhão, porém, vinha trabalhando praticamente só em projetos relacionados a petróleo e gás.
A partir de 2012, o leque de interesse será mais amplo, diz Nelson Branco Marchetti, principal executivo da companhia no país. Segundo ele, com suporte financeiro da matriz, a Skanska vai sair à caça de projetos de geração de energia elétrica nos quais possa participar como construtora, operadora, mantenedora e investidora. Quer também se estabelecer como certificadora e construtora de edifícios “verdes”, e buscar contratos com mineradoras, como a Vale, e com grandes siderúrgicas.
O objetivo é fugir da alta dependência que a Skanska tem hoje da Petrobras como cliente e aproveitar oportunidades em novos nichos de mercado, após a consolidação de um portfólio de projetos no setor de óleo e gás. Das nove principais obras e serviços entregues pela companhia desde 2003 no Brasil, oito foram para a estatal de capital misto brasileira ou subsidiárias suas, como a Transpetro. A lista inclui unidades de refino para as refinarias Alberto Pasqualini (Refap) e Duque de Caxias (Reduc).
A Petrobras também é a contratante de cinco dos seis contratos que a Skanska tem em execução no Brasil. O sexto é com a Tractebel, para operação e manutenção de uma usina hidrelétrica. Além disso, o maior projeto recém fechado pela companhia no país foi com a Petrobras, para a construção de uma usina térmica de 550 MW em Soropédica, na Baixada Fluminense, orçada em US$ 490 milhões (R$ 880 milhões).
Fora dos domínios da gigante petrolífera brasileira, os demais clientes da Skanska no setor são pequenos “sheiks” do sertão Nordestino, para os quais presta serviços de manutenção de poços de petróleo em terra.
Com a diversificação e o aproveitamento de novos projetos na área de óleo e gás, nos próximos quatro anos, o grupo tem como meta dobrar o faturamento anual no Brasil, para R$ 1,5 bilhão (US$ 800 milhões). Em carteira, já tem o equivalente a dois anos de vendas garantidos, diz Marchetti (US$ 800 milhões). “Estimamos que vamos crescer de 15% a 20% ao ano, porque a economia do Brasil está crescendo e deve continuar a crescer”, diz.
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Investimentos
O esforço para embarcar no bom momento da economia e nos grandes projetos de infraestrutura passa basicamente pela identificação de oportunidades de investimento em energia e pela formação de pessoal.
O valor disponível para investimento em geração de energia, diz Marchetti, está em definição, mas será significativo. Para ilustrar, ele conta que a filial brasileira da Skanska chegou a ser sócia da Petrobras na Breitener Energética, que tinha duas termoelétricas a diesel em Fortaleza, com capacidade de 166 MW. E da usina hidrelétrica de Ponte de Pedra, de 176 MW, na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Mas vendeu suas participações para realizar lucro – em Ponte de Pedra, continua como operadora e mantenedora. Nos dois casos, a fatia do grupo no capital das empresas beirava ou superava os 50%. O padrão, afirma o executivo, deverá ser mantido. “Podemos entrar com até 100%”, diz.
Dinheiro não deverá ser problema. "Estamos capitalizados para voltar a investir na região", afirma Marchetti. Conforme divulgado no final de 2007, a venda de 50% em Ponte de Pedra para os franceses da Suez-Tractebel rendeu à companhia cerca de € 114 milhões ((no câmbio desta sexta-feira, o equivalente a R$ 260 milhões). Em 2010, transferiu os 35% que tinha na Breitener para a Petrobras, que já era dona de 30% do negócio. Na virada para 2011 recebeu mais US$ 875 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão) de um fundo canadense pelos 50% que detinha na concessionária de rodovias chilena responsável pela administração da Autopista Central, na região metropolitana da capital Santiago.
Quanto à mão de obra, de acordo com Marchetti, normalmente a Skanska destina o equivalente a 1,5% do valor de cada projeto em treinamento de funcionários e desenvolvimento de lideranças. Os projetos na área vão da alfabetização de trabalhadores nos canteiros e obras ao intercâmbio de engenheiros e executivos com outras unidades da companhia no mundo. Levando-se em conta a receita do grupo no ano passado no Brasil, na casa dos US$ 400 milhões (R$ 720 milhões) – o número exato está em fase de apuração –, o percentual seria equivalente a mais de R$ 10 milhões.
Perspectivas
Nos próximos três meses, a companhia já terá um indicativo do sucesso de seus esforços de diversificação. Foi uma das selecionadas para participar da semifinal da disputa pelo contrato de serviços e montagem eletromecânica para a usina de Angra 3. Vai brigar sozinha com quatro consórcios de peso, formados por Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC Engenharia; Construcap CCPS e Orteng; Setal e OAS; Queiroz Galvão, EBE e Techint. Se vencer, engordará sua carteira de projetos em R$ 1,93 bilhão. Não seria um mau começo para a nova fase.
Crédito:
http://economia.ig.com.br/
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