domingo, 15 de janeiro de 2012

O cartão que virou cartolina.




O projeto do governo federal para criar o cartão eletrônico do SUS consumiu R$ 418.600.000,00 sem produzir nenhum benefício para os pacientes, a não ser a conta para pagar.

Um programa lançado a 10 anos pelo governo federal prometia modernizar o atendimento AA rede pública de saúde, reduzir filas em hospitais e facilitar o planejamento do setor. Uma das principais inovações do programa seria a criação de um cartão magnético nacional para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O cartão daria acesso em temo real a informações sobre o atendimento prestado a cada paciente desde o nascimento. Teria registro de consultas e da medicação prescrita durante toda a vida. Ambiciosa para seu tempo, a idéia se mostrou cara e inviável diante de obstáculos impostos por diferenças regionais, suspeita de fraudes em licitações e resistência dos profissionais da saúde. O que deveria melhorar a vida dos brasileiros se transformou em um caso explícito de desperdício do dinheiro público (na verdade, dinheiro do POVO brasileiro).

Entre 2000 e 2009, o projeto consumiu R$ 418.600.000,00. Os primeiros gastos para a implantação do cartão magnético começaram em 2000, no governo Fernando Henrique Cardoso, quando o ministro da Saúde era José Serra. E foi mantido por todos os ministros que lhe sucederam, nos governos FHC e Lula, até José Temporão. No coração do programa, o Ministério da Saúde selecionou 44 cidades em 11 Estados, 31 delas no Paraná, para participar do projeto piloto. Empresas foram contratadas para desenvolver e colocar o sistema em funcionamento, emitir cartões magnéticos, treinar funcionários e fornecer terminais de atendimento chamados de TAS. O atendimento era estimado em 13 milhões de usuários na primeira fase.

A partir de 2001, o ministério distribuiu 10 mil terminais de atendimento e contratou serviços para o treinamento de 13 mil funcionários públicos. Esse treinamento se perdeu, e o governo federal não consegue se quer calcular quantos cartões foram emitidos. Todo o investimento feito no programa teve como único resultado um banco de dados com nome dos usuários recolhidos dos arquivos do PIS-PASEP da Caixa Econômica Federal e informações enviadas pelas secretarias de Saúde estaduais e municipais.

O programa do Ministério da Saúde teve problema desde o inicio da tentativa de implantação. Uma licitação internacional escolheu as empresas Hypercom e Procomp para desenvolver o sistema e fornecer os equipamentos. Suspeitas de direcionamento de concorrência chegaram ao Ministério Público Federal a partir de denúncia enviada em maio de 2001 pelo gabinete do então ministro José Serra O MPF acionou os procuradores que atuam no Tribunal de Contas da União (TCU). O TCU não abriu uma investigação, com a justificativa de que era preciso resolver antes um processo judicial em que um dos consórcios derrotados na licitação questionava o processo. A pendência tramita até hoje nos tribunais. Em todo esse tempo o ministério continuou a fazer repasses financeiros par ao programa.

O projeto não vingou. O que era para ser um sucesso, virou um grande cadastro de nomes e endereços com 177 milhões de resgistros, mas sem nenhuma funcionalidade. Em alguns lugares, como Brasília, o cartão usado pelo SUS e uma fichinha de papel.

Onde o dinheiro foi gasto ?

10.020 terminais de atendimento que viraram sucata;

73 servidores em 44 municípios, hoje abandonados;

13.000 funcionários públicos treinados;




A bagatela de R$ 418.600.000,00 do povo que luta, trabalha e morre de fome, e que foram jogados mais uma vez pelos rios fatos da impunidade e criminalidade governamental e que mais uma vez ficará no esquecimento;

E, certamente, muitas contas pessoais em algum dos milhares de paraísos fiscais abarrotadas de dinheiro....
O GOVERNO não produz nada, tudo que possui, provém de impostos, taxas, tarifas, etc, tudo que gasta e usa é fruto do nosso suor, do POVO que trabalha e faz movimentar as máquinas privadas e conseqüentemente as estatais, logo , num país descente isso seria punido com enorme rigor, com cadeia, com devolução dos gastos. Infelizmente aqui, como sempre, não vai dar em nada....pois FHC começou,LULA terminou e não será Dilma que irá levantar essa polêmica. No fim, todos fazem parte daquele jargão: ""Farinha do mesmo saco "" um faz a .... o outro vem, pisa em cima e suja tudo, outro vem, pula por cima e vai andando como se nada tivesse acontecido.


Crédito:
Base revista Época maio 2010

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