Assim que o pai de um amigo mencionou que seu laptop estava extremamente lento, Ron Plesco teve uma idéia do que faria durante a maior parte de suas férias.
Plesco, um especialista em segurança na Internet e Diretor-executivo da National Cyber Forensics and Training Alliance, examinou o computador e detectou que ele havia sido interceptado por hackers. “Havia 10 pedaços de spyware e vários robôs’’, informa Plesco. O software de segurança do laptop nunca havia sido atualizado. “Por aproximadamente cinco horas naquela noite, fiz o download de todos os patches’’, ele diz.
O proprietário do computador foi vítima de tropas de robôs, uma nova forma de crime on-line.
Funciona assim: os hackers usam a Internet para instalar um software perigoso no seu computador sem o seu conhecimento. Isso pode ocorrer através da transmissão de um vírus ou spyware. O software foi criado para fazer com que o computador desempenhe tarefas automaticamente, o que originou o nome "bots", pois ele faz com que os computadores ajam como robôs. Quando vários computadores estão infectados com esse software, chama-se "botnet" (rede de robôs) ou computadores "zumbis".
Quando hackers controlam esses "botnets" para cometer crimes, como roubo de identidade ou a distribuição em massa de spam ou spyware, chamam-se "tropas de robôs". Alguns sinais de que o computador é controlado por um robô são a presença de e-mails desconhecidos na pasta Enviados e uma lentidão cada vez maior do computador.
Computadores controlados por ladrões
Os hackers de computador instalaram empresas ilegais que alugam botnets para criminosos para uso em vários tipos de crimes de computador, como o envio de e-mails falsos para convencer os destinatários a divulgar informações pessoais. Essas informações podem ser usadas pelos criminosos para praticar o roubo de identidade. Isso significa que o computador em sua residência pode cometer crimes para alguém do outro lado do mundo através da Internet, afirma John Levine, um membro do conselho da Coalition Against Unsolicited Commercial E-mail e autor do livro The Internet for Dummies.
“Se o seu computador for um zumbi controlado por vírus, é bem provável que algum trapaceiro na Europa Oriental o alugue e o incorpore a uma tropa de zumbis por 50 centavos por dia’’, afirma Levine. Ele diz que a melhor maneira de evitar que o computador seja controlado por tropas de robôs é instalar programas antivírus e atualizá-los constantemente. “O mais difícil é evitar que o computador seja controlado por worms e vírus”, ele afirma.
Há alguns sinais característicos de computador interceptado por tropas de robôs. Se o computador estiver mais lento do que o normal, ou se você observar a presença de mensagens incomuns na caixa Enviados de seu e-mail, é provável que você seja uma vítima.
Felizmente, é possível tomar algumas medidas de precaução em equipamentos residenciais para evitar que o computador seja interceptado e controlado por tropas de robôs. Os especialistas sugerem que você:
1. Instale e assine softwares antivírus e anti-spyware
Isso é óbvio, certo? Mas a grande maioria das pessoas não leva muito a sério a atualização regular desses softwares. Se seu software não for atualizado diariamente, sua eficácia é questionável, diz Plesco. Com freqüência, afirma Levine, não percebemos o quanto nosso computador pode ser valioso para outras pessoas. “Está errado quem pensa que seu insignificante computador é inofensivo e desinteressante para criminosos. Eles estão interessados em todos’’, ele afirma.
2. Sempre faça o download de patches de software
Não ignore os patches de segurança que as empresas lançam quando encontram falhas nos sistemas operacionais do software.
3. Instale um roteador
O roteador é um acessório criado para conectar mais de um computador doméstico à Internet. Os roteadores também possuem firewalls incorporados, que protegem os computadores contra ataques de hackers. Levine informa que vale a pena ter um roteador, mesmo quando há somente um computador. Ele oferece proteção com menor custo e não usa os mesmos recursos do computador que um firewall de software usaria.
4. Desligue o computador
Comandar robôs, de certo modo, é um crime oportunista. “Não deixe seu computador ligado e conectado em alta velocidade’’, adverte Plesco. Desligue o computador toda noite ou quando não estiver em uso por um longo período. Não pense que o computador não está vulnerável só porque está no modo de hibernação. Alguns computadores possuem uma função que os remove do modo de hibernação no momento que um e-mail é recebido.
5. Evite fazer o download de softwares gratuitos
Esse tipo de download pode ser arriscado. A menos que a origem do software seja confiável, o download, na verdade, pode ser de um programa que permita aos comandantes de robôs controlar o computador remotamente. “Na realidade, alguns softwares gratuitos são spywares’’, afirma Plesco. Spywares são softwares robôs que permitem o controle do computador pela Internet.
6. Não abra e-mails de pessoas desconhecidas
Essa recomendação já é conhecida, mas insistimos, não abra e-mails incomuns. “Há uma certa dose de bom senso envolvida’’, diz Levine. “Se você receber um e-mail muito estranho, de uma pessoa desconhecida, não o abra. Se o e-mail informar que há um cartão de felicitação de um ‘velho amigo’, naturalmente, é um vírus’’.
7. Alterne navegadores e clientes de e-mail
Como o Internet Explorer e o Outlook Express da Microsoft são muito utilizados, eles são um alvo comum para os hackers. Experimente o navegador Firefox da Mozilla e o programa de e-mail Thunderbird, ou o Eudora Internet Suite, todos gratuitos, sugere Levine. “Você pode evitar inúmeros ataques quando alterna’’, ele afirma.
8. Faça o backup dos dados com frequência
Se fizer o backup dos dados, poderá limpar o computador a qualquer momento, caso robôs consigam interceptar o computador.
“Esse problema não deixará de existir”, afirma Plesco. “Ele aumenta cada vez mais.’’ Mas, ele acrescenta, você pode proteger o computador. “É a vigilância que o livrará dessa preocupação’’.
Crédito:
Norton Cibercrime News
Jornal dos Amigos
Por Kim Boatman, jornalista, mora no Vale do Silício, Califórnia. Por mais de 15 anos, ela escreveu sobre vários tópicos para o San Jose Mercury News
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