sábado, 12 de maio de 2012

Médicos reprovados formados em escolas bolivianas, cubanas e argentinas



Os resultados do projeto-piloto criado pelos Ministérios da Saúde e da Educação para validar diplomas de médicos formados no exterior confirmaram os temores das associações médicas brasileiras. Dos 628 profissionais que se inscreveram para os exames de proficiência e habilitação, 626 foram reprovados e apenas 2 conseguiram autorização para clinicar. A maioria dos candidatos se formou em faculdades argentinas, bolivianas e, principalmente, cubanas.


Asescolas bolivianas e argentinas de medicina são particulares e os brasileirosque as procuram geralmente não conseguiram ser aprovados nos disputados vestibulares das universidades federais e confessionais do País. As faculdades cubanas - a mais conhecida é a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Havana - são estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas porafinidade ideológica. Os brasileiros que nelas estudam não se submeteram a um processo seletivo, tendo sido indicados por movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos políticos. Dos 160 brasileiros que obtiveram diploma numa faculdade cubana de medicina, entre 1999 e 2007, 26 foram indicados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). Entre 2007 e 2008, organizações indígenas enviaram para lá 36 jovens índios.

Desde que o PT, o PC do B e o MST passaram a pressionar o governo Lula para facilitaro reconhecimento de diplomas cubanos, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira têm denunciado a má qualidade da maioria das faculdades de medicina da América Latina, alertando que os médicos por elas diplomados não teriam condições de exercer a medicina no País. As entidades médicas brasileiras também lembram que, dos 298 brasileiros que se formaram naElam, entre 2005 e 2009, só 25 conseguiram reconhecer o diploma no Brasil eregularizar sua situação profissional.

Por isso, o PT, o PC do B e o MST optaram por defender o reconhecimento automáticodo diploma, sem precisar passar por exames de habilitação profissional - o que foi vetado pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira. Para as duas entidades, as faculdades de medicina de Cuba, da Bolívia e do interior da Argentina teriam currículos ultrapassados, estariam tecnologicamente defasadas e não contariam com professores qualificados.

Emresposta, o PT, o PC do B e o MST recorreram a argumentos ideológicos, alegandoque o modelo cubano de ensino médico valorizaria a medicina preventiva, voltadamais para a prevenção de doenças entre a população de baixa renda do que para amedicina curativa. No marketing político cubano, os médicos"curativos" teriam interesse apenas em atender a população dosgrandes centros urbanos, não se preocupando com a saúde das chamadas"classes populares".

Entre 2006 e 2007, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara chegou a aprovar um projeto preparado pelas chancelarias do Brasil e de Cuba, permitindo aequivalência automática dos diplomas de medicina expedidos nos dois países, mas os líderes governistas não o levaram a plenário, temendo uma derrota. No ano seguinte, depois de uma viagem a Havana, o ex-presidente Lula pediu uma"solução" para o caso para os Ministérios da Educação e da Saúde. E, em 2009, governo e entidades médicas negociaram o projeto-piloto que foi testado em 2010. Ele prevê uma prova de validação uniforme, preparada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC, e aplicada por todas as universidades.

Por causa do desempenho desastroso dos médicos formados no exterior, o governo -mais uma vez cedendo a pressões políticas e partidárias - pretende modificar a prova de validação, sob o pretexto de "promover ajustes". As entidades médicas já perceberam a manobra e afirmam que não faz sentido reduziro rigor dos exames de proficiência e habilitação. Custa crer que setores do MEC continuem insistindo em pôr a ideologia na frente da competência profissional, quando estão em jogo a saúde e a vida de pessoas.

Fonte: O Estado deSão Paulo-03 de janeiro de 2011
Comentários:

Seria interessante os petistas consultarem esses médicos formados em escolas cubanas. Como se diz em Brasília, o melhor médico da capital Federal é o avião com destino a São Paulo.

Esses futuros médicos não conseguem ser aprovados nos vestibulares no Brasil  paras as melhores escolas de medicinas, procuram em alguns países socialistas ou não cursarem medicina em escolas de péssima qualidade. É a proletarização do curso superior.

As faculdades de medicina da Bolívia e do interior da Argentina teriam currículos ultrapassados, estariam tecnologicamente defasadas e não contariamcom professores qualificados;

Outros dizem que Isto é puro corporativismo dos médicos "formados" no Brasil. O engraçado é que aqueles que são considerados os melhores médicos do País fizeram pós-graduação no exterior. E por que? Porque, com raríssimasexceções, os cursos de medicina existentes no Brasil são deploráveis, quer emsua estrutura física, quer no seu quadro docente e/ou na sua grade curricular.

Na Argentina, bem aqui pertinho, a medicina possui dois prêmios Nobel e um Nobel  deQuimica!!!??.

Atenciosamente,
MarcosAndré
Recife/PE
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