sábado, 9 de julho de 2011

Erro no caso Juan põe em xeque perícia do Rio

O erro que põe em xeque, não é a perícia, mas a morte de mais um pela incompetência, despreparo, falta de controle, precipitação, e a imbecilidade, quer seja dos policiais que participaram desta ação desastrosa, mas dos dirigentes desta Policia falida, dessa "Segurança Pública" que mais é insegura do que qualquer outra coisa.  

Quem deveria proteger, mata e tenta abafar o desastre.  E ainda me pergunto se essa estória de equívoco é verdadeira.  O corpo tinha que aparecer, nem que se jogasse na "conta" da perícia.  Quem pode garantir que o corpo é do pobre menino ?  Quem garante que não é mais uma farsa.  Antes tinhamos a falta do corpo e a ação desastrosa (2 problemas).  Agora temos só a ação desastrosa (1 problema).  

Infelizmente a culpa será do menino que estava no lugar errado na hora errada, ou quem sabe de Deus que não olhou por ele.  Daqui alguns dias cairá no esquecimento, irá virar estatística, os bandidos estarão nas ruas (fardados ou não), e os Governantes (Prefeito, Governador, Presidente) nem aí.

Que Deus tenha o menino e sua família sob sua proteção e aos animais, Piedade !

 

Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, questiona outras atuações

Rio - O erro grosseiro pôs em xeque toda a perícia do Rio, na avaliação do deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj. Ele anunciou que vai convocar a chefe de Polícia Martha Rocha e o diretor do Departamento de Polícia Técnica e Científica, Sergio Henriques, para uma audiência pública, em agosto, após o recesso parlamentar.
“É inadmissível um erro desse e passamos a confiar muito pouco no trabalho. Se no caso do Juan, de grande repercussão, aconteceu isso, imagina nas outras mortes do estado, casos, em sua maioria, que não se pede exame de DNA?”, questionou Freix
Para o deputado, diversas questões não estão esclarecidas, como a proximidade do local do encontro do corpo com o 20º BPM (Mesquita) e a pancada na cabeça que a perícia inicial havia apontado no corpo de Juan. “O que está claro é que os traficantes não mataram Juan e o transportaram por cerca de 20 quilômetros, perto do batalhão e longe do local do crime. Essa perícia inicial apontou a pancada na cabeça. Houve essa agressão? As testemunhas viram Juan ser baleado. Isso eles me falaram pessoalmente”, acrescentou.
Ontem, a ONG Rio de Paz promoveu uma série de manifestações pela cidade — em locais como Aterro, Copacabana e Engenhão —, empunhando uma faixa com os dizeres: ‘Quem matou Juan?’.

Enganos em série

Sequência de falhas atrasam a investigação e a conclusão do caso

Operação

Dia 20, policiais do 20º BPM (Mesquita) vão à comunidade Danon checar informação sobre traficantes. Na ação, Juan desaparece, um rapaz é morto e dois são baleados, entre eles um irmão do menino.

Auto de resistência
Logo após a ação, PMs registram o caso como auto de resistência na 56ª DP (Comendador Soares). Apresentam armas e drogas e não falam sobre Juan.

Demora
O sumiço do menino só vem à tona no dia seguinte após denúncia da família de que ele fora baleado. Uma série de falhas na investigação da 56ª DP, entre elas a demora em pedir perícia para o local, faz o caso ser transferido, uma semana depois, para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.

Afastamento
Afastados da rua cinco dias após a operação, os PMs vão para serviços internos no mesmo batalhão. Só ontem eles foram transferidos para a ‘geladeira’ da corporação.

Perícia
A primeira perícia no local só ocorreu oito dias após o sumiço, dia 28. O chinelo que o menino usava no dia 20 foi encontrado. Só então começaram as buscas pelo corpo.

Testemunha
W., baleado no confronto, foi apontado como traficante e ficou cinco dias algemado no hospital. A família comprovou que o rapaz trabalha e ele é incluído no Programa de Proteção à Testemunha só duas semanas após o confronto.

Ossada
Dez dias após o sumiço, dia 30, foi achada a ossada que a perita atestou ser de uma menina. As buscas a Juan continuaram por 4 dias. Só ontem, após dois exames de DNA, a Polícia Civil admitiu o erro.
Reportagem de Flávio Araújo, Maria Inez Magalhães e Vania Cunha

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