“Até que ponto podemos compreender realmente o universo à nossa volta? Algumas vezes esta questão é colocada por pessoas que aguardam uma resposta negativa. E algumas vezes ouvimos pronunciamentos de cientistas que, cheios de confiança, declaram que tudo aquilo que vale a pena conhecer será um dia conhecido. Vamos encarar uma questão mais modesta: se não podemos conhecer a via-láctea, uma estrela ou um mundo, poderemos co-nhecer, nos derradeiros detalhes, um grão de sal? Considere-se um micro-grama de sal de mesa. Nele há cerca de 1016 átomos de sodio e cloro, isto é, o número 1 seguido de 16 zeros – 10 milhões de bilhões de átomos. Se desejamos conhecer um grão de sal, devemos saber pelo menos as dimensões tridimensionais de cada um destes átomos (de fato, há mais para ser conhecido, mas estamos formulando apenas uma apreciação modesta). Ora, esse núme-ro é menor do que o número de coisas que o cérebro pode conhecer. O número de coisas conhecíveis pelo cérebro é de 100 trilhões; mas isso é apenas 1% do número de átomos contidos em nosso grão de sal. Nesse sentido, o universo é imune a qualquer tentativa de conhecimento por parte do homem. Mas... acontece que a disposição de cada átomo de so-dio e cloro presente na molécula (do sal) é predeterminada. Se pudéssemos encolher a pon-to de nos introduzirmos neste mundo cristalino, veríamos fileiras de átomos arrumados or-denadamente numa estrutura regularmente alternada. Se o universo tivesse leis naturais que governassem seu comportamento com o mesmo grau de regularidade do sal, então o uni-verso seria cogniscível. Os seres humanos são altamente inclinados a encontrar regularida-des, isto é, leis naturais. A procura de regras, o único meio possível de compreender tão vasto e complexo universo, é o que se chama ciência”
" Para que o mal prospere, basta o silêncio dos homens de bem."
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